A enfermeira Stefani Firmo, de 25 anos, que precisou levar 18 pontos após ter o rosto cortado enquanto dormia em um ônibus na Bahia, diz que finalmente respira aliviada com a prisão da suspeita pelo ataque, quase um ano depois do incidente. Edrilza de Lima Nascimento, de 46 anos, teve a prisão decretada pela Justiça em junho, mas só foi presa neste domingo (12), em São Paulo. Em entrevista ao R7 na manhã desta terça-feira (14), Stefani fala sobre a frustração que sentia com a demora para encontrar a mulher que lhe causou tamanho dano físico e psicológico. “É uma sensação de felicidade, alívio e de que está valendo a pena ir atrás para conseguir Justiça”, afirma. Stefani foi atacada enquanto dormia em um ônibus que saiu do Recife em direção a Salvador, no dia 29 de novembro de 2022. Ela afirma que não interagiu em nenhum momento com a suspeita, muito menos discutiu. Mesmo assim, Edrilza atingiu seu rosto com uma faca e saiu andando. Como estava dormindo, a jovem não viu de imediato quem a atacou, e só foi descobrir com as imagens da câmera de monitoramento do coletivo. Na ocasião, Edrilza, que estava sentada atrás de Stefani, foi a única passageira encontrada com uma faca. No entanto, a polícia alegou que não poderia decretar a prisão sem provas suficientes. Engajada nas redes sociais, Stefani compartilhou sua história e imagens que ajudassem a identificar a suspeita, provocando comoção pública. Mas foi só em junho deste ano, sete meses depois, que a Justiça decretou a prisão de Edrilza, que se tornou foragida. “A justiça começou a ser feita. Agora, eu e todas as pessoas que me acompanharam nessa causa torcemos para que ela seja condenada, porque ainda tem as próximas etapas”, relata a vítima. Próximos passos para a condenação Como Edrilza foi presa em São Paulo e o caso corre na Bahia, a suspeita deve ser transferida em breve. Na sequência, um juiz precisa ter o conhecimento da prisão, dando a Edrilza um prazo de dez dias para manifestar sua defesa. Stefani afirma saber que “tudo é incerto”, mas tem esperança de que a mulher vá continuar presa não só para que a Justiça seja feita, mas para que também outras pessoas não sejam atacadas por Edrilza como ela foi. “É um alívio também saber que a população não está mais vulnerável com ela por aí”, afirma. “As pessoas tentam entender, mas nunca de fato vão saber qual é a sensação de revolta e indignação quando se vive um processo tão longo como esse. O pior de tudo é o psicológico, mas Deus está na frente, estou fazendo acompanhamento. Acredito que agora cheguei na parte em que meu coração está mais em paz”, ressalta Stefani. Por Isabelle Amaral, do R7